NINGUÉM ENTENDEU

Por: José Reinaldo Tavares

Roseana Sarney assinou um contrato de empréstimo com o BNDES que prejudicou e endividou o estado de maneira brutal e pensa que está acima da lei, pois não dá a menor bola para as obrigações legais que teria que cumprir para a obtenção do empréstimo. Uma das mais graves é que omite onde será empregada tal fortuna. Nada consta no pedido de empréstimo e ignorou solenemente a solicitação do deputado Rubens Júnior, líder da oposição, que cumprindo prerrogativas dos deputados, oficiou à Casa Civil indagando sobre o destino do dinheiro a ser recebido. O governo é obrigado a responder, menos Roseana, que se acha acima da lei. O documento encaminhado ao Chefe da Casa Civil, o badalado pré-candidato da governadora e do seu marido Jorge Murad a sua sucessão, não deu bola ao deputado.

Embora a Casa Civil tenha por obrigação a elaboração e a guarda de todos os documentos assinados pela governadora, mandou dizer que não sabe e nem tem nada e que o assunto deveria ser encaminhado a outra secretaria. Uma fuga de responsabilidade para mostrar que a oposição estava sendo impertinente fazendo esse tipo de perguntas. Onde já se viu?

O líder oposicionista vai agora se dirigir à própria governadora. Ela dirá que também não é com ela?

O secretário Luís Fernando, que sempre procurou mostrar que é um homem discreto e educado, parece que realmente está incorporando o jeitão da sua chefe, demonstrando que ele também pode ser truculento e desafiar a lei, como ela. Roseana deve estar orgulhosa dele. Incorporou o jeito oligárquico de ser.

E emendou dando entrevista em que ataca a oposição, dizendo que o estado está muito bem e que ninguém trabalha melhor pelo Maranhão do que eles. Provavelmente Luís Fernando deve estar lendo apenas o jornal da família, que não publica nenhuma estatística do IBGE, PNAD etc., e nem nenhuma crítica ao governo, pois todos os estudos colocam o Maranhão no último lugar, seja qual for o indicador social ou econômico que for examinado. Será que desconhece a realidade do estado ou nada pode falar, pois se reconhecer que o Maranhão é pobre e precisa mudar tudo para melhorar, sua chefe não gostará nada e ele perderá muitos pontos em sua candidatura. Vai ser difícil carregar o fardo pesado da oligarquia nas costas…

Ou será que ele também, assim como seus chefes, também pensa que tais dados são mentiras da oposição? Será que ele pensa que essa é a melhor maneira de explicar o desastre? Atacando a oposição? Devia mostrar essa disposição para reconhecer o desastre e enfrentar os problemas. Por que deixar para fazer só se for eleito, se está no governo gozando de muito poder? Ele é tão forte que está acumulando duas das secretarias mais importantes, Infraestrutura e Casa Civil. Por que não faz logo? Assim vai parecer apenas o mais do mesmo.

O jornal da família publicou que aqui no Maranhão a população paga a maior tarifa de energia entre todos os estados brasileiros. Como explicar isso? O estado mais pobre tem a energia mais cara do país. Não é um assunto importante? Como então atrair indústrias para cá? Quem está ganhando com isso? Não era assim antes, nos tempos da Cemar, estatal que Roseana Sarney privatizou. E a governadora nada faz, nem reclama dessa tarifa, para ela parece que está tudo bem. É mais uma terrível omissão desse governo cada vez mais desgovernado. E o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afinal ele deveria tentar explicar o real motivo desse sacrifício imposto a população. Aliás, obrigado a dizer alguma coisa. Não é o ministro?

Agora, cá para nós, parece que o jornal da família só publicou isso porque uma candidatura do ministro ao governo pode ameaçar a candidatura oficial do governo, devido a maior popularidade que Lobão desfruta no meio da classe política? É fogo amigo?

E para concluir, alguém sabe quem são os felizardos que estão usufruindo das leis de incentivo fiscal para a Cultura e o Esporte? Quem realmente está pagando por esses caríssimos espetáculos? Quem são os intermediários? A Lei de Transparência obriga que tudo seja informado a população e que qualquer pessoa pode solicitar qualquer informação. Pode ter muita coisa complicada aí…

O estado sempre pagou os precatórios, isso até Roseana chegar ao governo. Não pagou em 2011 e 2012. O valor acumulado chega perto de R$ 400 milhões. Como pode? É caso até de intervenção no estado. Está inadimplente e não cumpre a lei.

E ainda tem coragem de anunciar que está cumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal e está tudo normal…

O ex-governador José Reinaldo Tavares escreve para o Jornal Pequeno às terças-feiras

SANDY DEIXA DESTRUIÇÃO

Por: José Reinaldo Tavares 

A agem do furacão Sandy pelo Caribe e pela Costa Leste dos EUA deixou um rastro de morte e destruição. A mais poderosa nação do planeta e sua cidade mais rica não foram suficientes para enfrentar essa força da natureza. Vários dias depois, parte de Manhattan estava sem água, luz e transporte. Prejuízo de bilhões de dólares para os moradores e para a prefeitura.

Enquanto isso, mudando de assunto e voltando à nossa realidade, soube-se que Roseana Sarney tomou mais R$ 3,8 bilhões em empréstimos ao BNDES. Ela já havia pedido um bilhão emprestado anteriormente, que, somados ao empréstimo atual, perfazem a soma fantástica de quase R$ 5 bilhões. Com efeito, a governadora estabeleceu um novo recorde: sozinha, tomou mais dinheiro emprestado que todos os governadores anteriores somados. Dessa forma, esgota a capacidade de endividamento do estado conseguida no meu governo, após ao sanear as contas do estado após a primeira fase desastrosa da agem dela pela gestão estadual. Agora, como se tomar dinheiro emprestado não trouxesse consequências, ela ‘torrou’ tudo, ou seja, usou a capacidade de endividamento do estado até o último centavo. Torrar é realmente o termo apropriado.

Os estados brasileiros, depois de anos de negociação com o governo federal, consolidaram as suas dívidas e acordaram pagar 13% de suas receitas para amortizá-las. Considerando este acordo, ainda temos uns 10 anos de pagamento por fazer. Tudo aquilo que foi, ou vier a ser tomado emprestado depois do acordo, será pago fora do teto, ou seja, acima dos 13%. Ninguém sabe das condições desses empréstimos novos, mas pode-se supor que deveremos pagar mais de 20% de nossas receitas, pelas loucuras que o governo está cometendo agora. Ao final, ficaremos muito mais pobres do que somos, pois será quase impossível dispender 20 a 25% da arrecadação com empréstimos.

Eu estou errado? Acredito que não. Contudo, o governo tem a obrigação de tratar com seriedade a população e o Secretário de Planejamento deveria expor na Assembleia como ficará o endividamento do estado e qual o comprometimento total de nossas receitas a ocorrer com o pagamento da dívida. A população precisa saber. É o mínimo que poderia ser feito. Aliás, é uma obrigação constitucional fazer esse esclarecimento. Entretanto, não acredito que o farão.

Fica difícil acreditar que esse dinheiro vai mudar alguma coisa, pois desde o meu governo o estado ou a ter recursos suficientes para fazer obras e programas de combate à pobreza, como fizemos com a ponte de Imperatriz, a melhoria de todos os indicadores sociais e a expansão do ensino médio em todo o Maranhão. Os dados do IPEA mostram que o Maranhão naquela época foi o estado que tirou mais gente do estado de pobreza absoluta e avançou em todos os indicadores. E isso foi desconsiderado…

O problema é que Roseana não tem projeto para mudar o Maranhão. A educação vai de mal a pior, e não foi a falta de recursos que nos deixou tanto tempo sem aeroporto, sem duplicação da BR-135, sem água e com as praias poluídas. Na verdade, o orçamento é jogado fora em projetos mirabolantes, como a construção de 72 hospitais que acabaram por ser ridicularizados pelo exame minucioso que o programa da Rede Globo ‘Profissão Repórter’ levou para todo o Brasil. Um verdadeiro exemplo de como o dinheiro público aqui é jogado fora em programas eleitoreiros e caros.

No PNAD, por exemplo, os dados divulgados de 2011, mostram por inteiro o desastre. A escolaridade é de apenas 5,83 anos, ou seja, mais da metade dos maranhenses não completaram o ensino fundamental. Somos os piores, na companhia de Alagoas e Piauí, estados muito mais pobres que o nosso. No valor do rendimento médio mensal domiciliar, somos os últimos do país, dessa vez com a honrosa companhia de Alagoas, com apenas R$ 1.361,00. Essa é a renda proveniente da soma de todas as pessoas que moram na casa. O Piauí, que era o último em 2007, agora nos ultraou e tem média de R$ 1.525,00. Estamos cada vez piores. Em relação às pessoas que possuem microcomputador com o a internet, apenas 13% da população possui, também juntos em último com o Piauí. Alagoas tem 19%. E sem falar em analfabetismo e outras mazelas…

Dessa forma, nada foi feito e o Maranhão desaba ficando pior a cada ano.

Curiosamente, na propaganda ufanista do governo do Estado, nós vivemos uma fase de tremendo progresso, deixando os demais estados para trás. Onde? Em que sentido?

O pedido de empréstimo foi para a aprovação dos deputados sem nem ao menos informar onde esses recursos seriam empregados. Com a gritaria da oposição, que reclamava do descumprimento de preceitos constitucionais, mandaram uma lista enorme de ‘prioridades’, sem projetos, sem estudos, sem justificativas, a mesma ‘lengalenga’ de sempre, agora com a palavra mágica ‘combate à pobreza’, para agradar a presidente Dilma.

Chama a atenção que, quando esse programa foi anunciado em solenidade no Palácio do Planalto, a parte que foi anunciada para o Maranhão era de R$ 1 bilhão. E agora essa soma foi multiplicada por quase quatro e veio um valor enorme.

De qualquer maneira, esse dinheiro ao final nada mudará, se seguir a tradição do grupo no poder. Roseana não tem projeto, nem programa e assim os recursos serão gastos a esmo, como sempre.

Como as eleições de 2014 serão definidoras da sobrevida do grupo, já viram…

Abre o olho, Flávio.

Certo é que o poder de destruição da governadora é tão forte quanto o do furacão Sandy. Vai dar trabalho consertar o estrago no futuro…

O ex-governador José Reinaldo Tavares escreve para o Jornal Pequeno às terças-feiras

Governar é Fazer Dívidas: AL aprova empréstimo para Roseana de R$ 3,8 bilhões

Do Blog do Garrone

Cada maranhense, inclusive mulheres e crianças, vão começar 2013 devendo R$ 746,00

Já que para o governo Roseana Sarney “Governar é Fazer Dívidas”, a Assembleia Legislativa aprovou nesta quarta a toque de caixa, no ritmo determinado pelo Palácio dos Leões, o empréstimo de R$ 3,8 bilhões, aumentando a dívida do estado somente neste governo para R$ 5 bilhões.

Com uma população de 6 milhões e 700 mil pessoas, cada maranhense vai ficar devendo R$ 746,00, inclusive os que ainda vão nascer, já que esse pagamento será cobrado das futuras gerações.

Pelo projeto aprovado pela AL, o maranhense que vai pagar a conta não sabe e nem tem a garantia a onde e como serão aplicados esses recursos, ainda mais quando o pedido de empréstimo foi feito dois dias antes da considerada vitória de Flávio Dino nas eleições de São Luís.

Além das incertezas sobre o destino de tanto dinheiro, o empréstimo faz estourar o limite de endividamento do Estado estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, fixado em 16% da receita corrente líquida do Estado aualmente. Com mais esse novo empréstimo o endividamento chega a 44% da receita.

O intetressante é que, de acordo com cálculos do deputado Marcelo Tavares, somente os valores dos juros serão maiores do que o governo investe na segurança pública.

Votaram contra o empréstimo os deputados Marcelo Tavares (PSB), Rubens Pereira Júnior (PCdoB), Bira do Pindaré (PT), Othelino Neto (PPS), Eliziane Gama (PPS), Carlos Amorim (PDT), Cleide Coutinho (PSB) e Gardênia Castelo (PSDB).