Investigado por desvios, cunhado de Roseana tinhas tentáculos na imprensa

Relatório da PF publicado no Blog do Marrapá aponta que a organização criminosa comandada pelo ex-secretário de Saúde do Maranhão Ricardo Murad (PMDB), cunhado da ex-governadora Roseana Sarney, tinha ramificações na imprensa maranhense; “Ricardo se mostra como um articulador que tem trânsito em todos os poderes e instâncias istrativas; pauta os discursos de sua filha Andrea Murad na Assembleia; tenta manipular a opinião pública e desestabilizar o atual governo por meio dos blogs de Gilberto Leda, Marco d’Eça, Luís Cardoso, Zeca Soares, Luís Pablo e do Jornal O Estado do Maranhão”, diz o documento

images-cms-image-000468913Maranhão 247 – O relatório da Polícia Federal sobre Operação Sermão aos Peixes aponta que a organização criminosa comandada pelo ex-secretário Ricardo Murad (PMDB), cunhado da ex-governadora Roseana Sarney, também tinha ramificações na imprensa maranhense. No documento, os investigadores detalham como a quadrilha acusada de saquear R$ 1,2 bilhão da pasta tentava manipular a opinião pública por meio de jornais, blogs e discursos na Assembleia Legislativa do Maranhão.

“Ricardo se mostra como um articulador que tem trânsito em todos os poderes e instâncias istrativas; pauta os discursos de sua filha Andrea Murad na Assembleia; tenta manipular a opinião pública e desestabilizar o atual governo por meio dos blogs de Gilberto Leda, Marco d’Eça, Luís Cardoso, Zeca Soares, Luís Pablo e do Jornal O Estado do Maranhão”, diz o relatório, que aponta Murad como “grande mentor de uma organização criminosa que tem por finalidade não só desviar verbas públicas, mas estabelecer uma estrutura de poder e de domínio político”.

De acordo com a Controladoria Geral da União (CGU), a Secretaria de Saúde enviava recursos para a ICN e a Bem Viver, entidades responsáveis por gerir hospitais e unidades de saúde. Uma parte do dinheiro, no entanto, era destinada a empresas que existiam somente no papel, instituições de fachada. Em outras palavras, a terceirização de serviços na Saúde, sob o comando de Murad, tinha como finalidade a fuga dos controles da lei de licitação, facilitando o desvio de verba pública.

Segundo as investigações, um grupo de empresas beneficiadas com dinheiro público supostamente desviados da Saúde basteceu 61 campanhas eleitorais no Maranhão. A esposa de Murad e a filha do casal, a deputada Andrea Murad, também foram beneficiados, apontou a PF. A Justiça Federal apreendeu o aporte do ex-secretário de Saúde do Maranhão Ricardo Murad (PMDB). A pedido da Polícia Federal, o juiz federal Roberto Veloso também proibiu o cunhado da ex-governadora Roseana Sarney de deixar a capital do estado, São Luís. O peemedebista nega as acusações.

Um trecho do documento afirma que o cunhado de Roseana “mobilizou uma estrutura com o fim de impugnar a licitação da Secretaria de Saúde. Utilizou-se de uma ação popular movida pela Assembleia, encabeçada por sua filha Andrea Murad; usou sua influência para tentar impugnar a licitação também pelo Tribunal de Contas do Estado e, por meio de um mandado de segurança movido por uma das concorrentes da licitação, a IDAC – Instituto de Desenvolvimento e Apoio à Cidadania, no qual o proprietário Antônio Augusto Silva Aragão tem estreitas relações com o investigado. Tentou manipular a opinião pública por meio de informações publicadas na imprensa e nos principais blogs”.

Veja o relatório, cuja cópia foi publicada no Blog do Marrapá:

Relatório da Polícia Federal descreve como a quadrilha comandada por Murad atuava na imprensa.

Imprensa em alta

Editorial do Jornal Pequeno – 18/01/13

Uma brusca e louvável mudança no conceito de assessoria de comunicação aconteceu neste estado a partir da eleição do saudoso deputado João Evangelista, presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão.

Há oito anos, no auge de uma carreira política depois brutalmente interrompida pela fatalidade, João Evangelista convidava os jornalistas Jorge Vieira e Robson Paz para assumirem os cargos de diretor e diretor adjunto de Comunicação, respectivamente, do Poder Legislativo.

Foi montado, então, o mais arrojado projeto de comunicação do estado até aquela época, com a transmissão das sessões em tempo real, o que pôs fim à prioridade dada às matérias de interesse do governo, eliminou a censura disfarçada e até a intervenção subsidiada dos governos nos jornais da cidade com relação ao noticiário do Poder Legislativo.

Para os jornalistas que já estavam ali há algum tempo, parecia um sonho. A oposição parou de falar apenas para as quatro paredes da Assembleia, pois com a transmissão direta das sessões deixou de fazer sentido boicotar a divulgação de discursos e denúncias de parlamentares na imprensa. A tecnologia da internet foi posta a favor da liberdade de imprensa.

Convidado hoje pelo secretário de comunicação da Prefeitura Municipal de São Luís, Márcio Jerry, o jornalista Robson Paz assumiu a secretaria adjunta de comunicação da Prefeitura. Uma decisão correta, coerente e produtiva do senhor secretário, pois Robson Paz também esteve à frente desse inusitado projeto que instituiu os programas ‘Assembleia em Ação’ e ‘Assembleia em Foco’, que invadiram o rádio e a televisão maranhenses com um noticiário pela primeira vez isento e diversificado na história do Legislativo maranhense.

Caberia ao deputado Marcelo Tavares, na condição de presidente, realizar o que Robson Paz chama de ‘grande sonho do deputado João Evangelista’: a instalação da TV Assembleia. Afável politicamente, religioso e moderado em suas intermediações, adepto do companheirismo, mesmo com os colegas mais azedos, Robson Paz deixou a diretoria de Comunicação da Assembleia em outro grande momento: quando o presidente Arnaldo Melo e a atual diretora de Comunicação, Dulce Brito, organizam um esperado Complexo de Comunicação que unirá, estrategicamente, a TV, Portal, Rádio e Diário Oficial, inclusive com a construção de uma nova e mais funcional estrutura física.

No lugar de Robson Paz assume a diretoria adjunta de Comunicação na AL a jornalista e advogada Jacqueline Heluy que está na assessoria desde 1991 e cuja competência também dispensa comentários, pois restou demonstrada nas redações dos jornais ‘O imparcial’ e ‘O Estado do Maranhão’, na assessoria do Senac e na Associação dos Magistrados do Maranhão.

Na AMMA, por sinal, ganhou três concursos nacionais de jornalismo consecutivos. Só para mostrar à grande imprensa que os melhores ainda estão no Maranhão. Jacqueline Heluy é também uma escolha acertada e coerente da diretora Dulce Brito e do presidente Arnaldo Melo. A depender apenas de comunicação, a Prefeitura de São Luís e a Assembleia Legislativa do Maranhão vão muito bem, obrigado. O resto é com eles.

Quanto vale um jornalista Maranhense?

Do Blog Marrapá

Quem lê esta coluna sabe que uma das coisas que mais combato é o nível rasteiro, amador e pouco ético da imprensa Maranhense.

Porque a imprensa Maranhense é pura e simplesmente um retrato da sociedade.

E eita povo pra gostar de uma boquinha como o Maranhense! Nunca vi.

Não que eu condene a todos que recebem boquinha.

Acho até que é pragmatismo mesmo. Num estado tomado pela corrupção, se o dono da boquinha não recebê-la outro dono aparecerá.

Tem boquinha no Maranhão que é ate prevista em lei.

Mas jornalistas e demais agentes da informação NÃO PODEM RECEBER BOQUINHAS.

É simples.

A imprensa vende sua legitimidade com base na ideia de que é a transmissora dos fatos cotidianos.

FATOS.

A imprensa faz um acordo com a sociedade.

Eu leio o que você escreve, com isso te dou credibilidade, mas em troca quero receber  uma  informação baseada na realidade.

Mas, se o sujeito vai la e recebe  unzinho por fora, pra escrever ou opinar sobre outra coisa que não seja a realidade, ele trai o leitor e rompe o pacto de troca que há entre os dois.

E adeus credibilidade.

Mas, credibilidade enche barriga, Lígia ?

Eu diria que não .

Credibilidade no máximo dá um prazerzinho pessoal de saber-se respeitado e bem visto por quem interessa. Credibilidade honra a imagem dos pais que nos colocaram no mundo, afinal,  para sermos pessoas decentes. Credibilidade orgulha.

A boquinha é uma lógica da imprensa brasileira.

Centenas de jornalistas pelo Brasil afora vendem a imagem de éticos, mas se vendem como putas baratas nos estertores do poder.

A questão é que esses jornalistas, tais como o político corrupto flagrado com dinheiro na cueca, correm o risco de uma hora para outra se verem na mesma situação vexatória.

E com isso acontece no mundo da informação uma coisa engraçada: A maioria dos jornalistas não recebe para informar e sim para omitir determinadas informações.

Trata-se de um mecanismo simples, vou tentar explicar:

Você se embrenha no universo da política, colhe informações e fontes privilegiadas que podem destruir ou desgastar político A ou B. Acumula influencia e constrói uma inha com outros comparsas, quer dizer, jornalistas. Assim terá mais força e reconhecimento no meio jornalístico para amedrontar as autoridades

Ao chegar a esse patamar, você já pode dar o o seguinte:

ACHACAR OS POLÍTICOS.

É assim que funciona uma ala nada insignificante da imprensa Maranhense.

Recebi documentos mostrando como é a relação de certos jornalistas com os governantes.

Nos documentos, aparecem jornalistas, blogueiros, radialistas de uma infinidade de veículos de comunicação recebendo as ditas boquinhas.

Tem até gente que arrota ter ética e credibilidade todos os dias.

Mas está lá, no rol dos contemplados com as boquinhas, oficiais ou não.

Bom, sinceramente imagino que haja agora uma boa fatia de leitores imaginando que afinal isso é do jogo, que não seria tão grave assim receber uma boquinha para enganar os leitores.

Lógico que o blog Marrapá divulgará os documentos com os nomes dos implicados na questão.

Este post prévio serve apenas para mostrar o que provavelmente acontecerá ao fazermos isso

Colheremos algumas antipatias (coisa que pouco me importa)

Colheremos alguns comentários de leitores indignados.

Colheremos algumas ameaças.

Mas, para os implicados nos documentos, a coisa pode ser pior.

Ou absolutamente nada pode acontecer.

A pergunta que fica é: Vale a pena correr esse risco por uma boquinha cujo valor monetário beira a esmola

De qualquer maneira, a experiência ao menos servirá como interessante ferramenta para se descobri vai quanto vale um jornalista Maranhense.